domingo, 5 de maio de 2013

Mestre, como anda a qualidade do "seu jogo"?

Por Natalia Avernus



Você se faz esta pergunta constantemente? Se faz, é um bom sinal! Está preocupado com a qualidade do jogo, com o que os jogadores estão achando, o que eles estão gostando ou não gostaram... Grande parte da diversão do mestre é a empolgação e satisfação dos jogadores com o jogo e se isso não acontece, a chance da qualidade do jogo cair aumenta drasticamente.



E o que é a qualidade no RPG?

Há tantos estilos de jogos e tantos tipos de jogadores e mestres... Há os que amam aventuras épicas em universos high-fantasy, outros que preferem algo menos fantasioso e mais realista, ou uma ambientação de terror sobrenatural... É difícil dizer o que seria um RPG “de qualidade”... Acho que o mais certo seria dizer que o bom RPG é aquele em que mestre e jogadores estão se divertindo. E quanto mais divertido, melhor. Seja a diversão de lutar numa guerra contra hordas de monstros, a de interpretar um vampiro cheio de terrores pessoais, de ser um furtivo ladrão de uma guilda e invadir uma mansão...

A qualidade pode cair a qualquer momento... Quem nunca viu isso acontecer? De repente o jogo “esfria”, os jogadores começam a faltar, as sessões começam a acontecer menos vezes e... Fim da campanha. Às vezes campanhas longas, de mais de dois anos...  Mas por que isso aconteceu? Talvez os jogadores tenham tido “outros compromissos”, “outras prioridades”... Mas a chance de ser puro e simples desinteresse pela campanha é muito grande.






Mas eu sou um bom mestre!

Sim, vamos acreditar que você seja. Falei ali em cima: qualidade = diversão. Você precisa se certificar que seu jogadores gostam do seu estilo de narrar. Se você é super preocupado com interpretação, drama e personalidade dos NPCs mas seus jogadores mal desenvolveram seu históricos e falam em terceira pessoa o tempo todo, é provável que eles fiquem entediados com suas tentativas de roleplay e tenham cada vez mais “compromissos” que o afastem do jogo. O grupo todo precisa estar na mesma harmonia.



Os jogadores nesta história...

Muitos mestres tem uma postura um tanto “possessiva” em relação à campanha. “Na minha mesa”, “no meu jogo”... É fundamental ter a noção de que uma campanha é construída de maneira coletiva e que os PCs são (ou deveriam ser) os protagonistas e suas ações deveriam interferir efetivamente na história.



Algumas vezes um jogador faz uma crítica sobre determinado aspecto do jogo. Claro que muitas vezes é puro “mimimi”, mas temos que sempre ter um ouvido atento ao que eles dizem. As críticas construtivas vão alertar o mestre para pontos que os jogadores estão sentindo necessidade de aprimoramento, o que vai tornar o jogo cada vez melhor.



A avaliação!

Pensando em tudo isso, resolvi criar uma avaliação para os jogadores preencherem, colocando “no papel” o que estão achando. Ali eles levam em consideração várias características do mestre, pontuam e fazem comentários. Na segunda parte, há perguntas sobre curiosidades sobre o jogo e planejamentos do personagem para o futuro.



Esta avaliação dá um panorama sobre como anda a qualidade do seu jogo, além de mostrar o que o jogador deseja e planeja para seu personagem no futuro, o que vai ajudar você a planejar a campanha.



Aqui é possível fazer o download dela:






Meus jogadores responderam esta avaliação e para mim foi algo bastante positivo, pois pude ver que estou acertando na maioria das coisas que faço e preciso melhorar pouco aspectos. Vamos ver se depois destas críticas conseguirei aprimorar o que está precisando!



***



E você, como acha que está a qualidade de seu jogo? Acha que há uma certa desmotivação? Que tal pedir pros jogadores preencherem a avaliação e detectar o que precisa ser melhorado?


 

_____

Créditos da imagem 1 
The dungeon master by moulinbleu (Deviant art)

3 comentários:

  1. Interessante o seu texto, mas você poderia ter aprofundado mais,mesmo assim ele ficou bom. As vezes é preciso fazer esse tipo de pergunta e acho que a maioria não faz, inclusive eu. Isso nos faz refletir sobre os possíveis choques de interesse na mesa e como as vezes o complexo e o simples se misturam em um rpg.

    ResponderExcluir
  2. Minha campanha acabou faltando apenas uma aventura por não ter dado mais atenção a avaliação dos jogadores. Se bem que alguns deles mentiram dizendo "não, tá tudo ótimo" ou "tá super bacana esse sistema de evolução de personagem".

    ResponderExcluir
  3. Já tentei uma pesquisa com ideia semelhante, mas meu grupo viu-se na obrigação de "encontrar DEFEITOS" no jogo/narrativa e começou a inventar um monte de coisas sem nexo...querendo mudar regras para aumentar a facilidade dos jogadores e usar como exemplo algumas situações em que eles ficaram completamente na pior durante as aventuras. Putz, deu o maior trabalho explicar que as aventuras apresentadas tinham níveis de dificuldades baixíssimos e eles se enrolavam sozinhos, tive que mostrar as fichas dos NPCs para fazer um comparativo com os personagens deles e apresentar a solução à cada problema que eles próprios criaram aos seu personagens... Em suma, infelizmente, essa alternativa não se aplica ao meu grupo de jogo.

    ResponderExcluir