Depois de um longo inverno (mentira tá fazendo um calor do Saara),
várias fraldas trocadas e um projeto de RPGista que começou a dormir a noite
estamos aqui novamente!
Um tempo atrás falei em um workshop no Centro Cultural São
Paulo sobre como quase sempre os personagens femininos em campanhas de RPG
ganham um tom estranho e na maior parte das vezes caricato, já que sempre vemos
os mesmos estereótipos tipo a gostosa burra, a femme fatale ou a lésbica que odeia homens (mas se você
estiver jogando Mulheres machonas armadas até os dentes isso pode ser bem engraçado).
Claro que parte disso talvez seja a falta de referência de
personagens no meio do RPG e definitivamente a não acho que a Niele de Holy
Avenger seja a melhor exemplo (E não eu não gosto nem um pouco de Holy
Avenger). Já que não encontramos uma lista muito gande de mulheres interessante no mundo do RPG por que não
utilizarmos outras mídias?
Como o post inicial ficou gigantesco, resolvi dividi-lo em
algumas partes dando alguns exemplos de personagens que fogem aos arquétipos normalmente
utilizados.
Adèle Blac-Sec
Mídia: Hq – Onde?
As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec – Quem fez? Jacques
Tardi.
Essa é a minha preferida ever!!! A primeira mulher a
protagonizar uma HQ , Adèle é uma repórter
investigativa com cínica, desbocada e destemida e sem um companheiro masculino que possui um interesse bem pontual
por conspirações, experimentos e eventos fantásticos, extraordinários e/ou
sobrenaturais. Suas estórias são ambientadas na França nos anos que antecedem a
1º guerra mundial e nos anos imediatamente sequentes.
Ela mostra um comportamento totalmente transgressor para as
mulheres do inicio do século passado, ela bebe e fuma em publico, sabe utilizar
armas de fogo, exibi um raciocínios e compreensão lógica, e mesmo solteira há
uma insinuação sobre uma vida sexual live.
Ou seja uma personagem perfeita para uma campanha à la a A liga extraordinária.
Lisbeth Salander
Mídia:
Literatura – Onde: Trilogia Millennium – Quem fez? Stieg Larsson.
Lisbeth
tem 20 e poucos anos, que teve uma vida difícil ( o que é muito bem explorado
nos volumes 2 e 3 da série), em parte por causa de seu próprio jeito. Não fala
com ninguém, parece não se importar com nada, faz tudo de acordo com uma lógica
própria e está contente com isso (mais a frente o autor insinua que ela seja portadora
de síndrome de Asperger, uma síndrome do espectro autista)
Ela
é uma hacker, Não uma qualquer, mas uma das melhores. que trabalha para uma
empresa de segurança, e conhece o jornalista Mikael Blomkvist, ele
acabara de perder uma ação na justiça contra um dos homens poderosos – e
corruptos – que denunciou. Com a condenação, Mikael perdeu todo o seu
patrimônio: não apenas o dinheiro que tinha conseguido guardar em uma vida e sua
credibilidade.
Essa relação vai se tornando mais densa
a cada capitulo mais nuances da personalidade forte e marcante de Lisbeth aparecem.
Ela é um exemplo perfeito de uma personagem mais complexa, cheia de
defeitos (ou seja muitos postos extras *overpower mode on*).
E ai vamos fugir das elfas gostosonas e burras???
Primeiramente queria parabenizar você pelo post. Os personagens femininos são mesmo estereotipados e o motivo muitas vezes é o machismo que impera nas mesas. Se tem uma personagem feminina sempre tem algum player que quer que seu personagem dê em cima dela. Existem N fontes para se buscar informações para criar uma personagem feminina interessante, vou citar alguns exemplos. Uma serviçal no antigo mundo das trevas ou dark ages (que provavelmente tem mais informações do que qualquer um). Na segunda guerra mundial algumas mulheres se vestiam de homens para poderem fazer parte da guerra. A menina meiga do filme Entrevista com o vampiro. Acredito que o mais divertido seja conseguir conceber esses personagens e interpretá-los. É raro você ver homens que consigam interpretar bem uma personagem feminina, isso acontece pelo velho machismo que impera nas mesas.
ResponderExcluirPor Heigberg, Almirante das Forças Terrestres, vulgo Leandro Parejo do blog saia da masmorra!
Gostei do post e do blog, sou mestra e também ando cansada das elfas gostosonas e burras :P Antigamente, eu gostava de compensar nos personagens o que eu não era: alta, peituda, sedutora, essas coisas. Hoje eu faço personagens mais diversificadas, mas ainda mais próximas do que eu sou, e não um ideal estereotipado. Acho bom quando a gente supera isso.
ResponderExcluirEu não acho que o machismo ande imperando tanto mais. Uma coisa que acontecia muito quando eu escrevia do Garotas Nerds é MUITA menina comentando (algumas dizendo que jogavam a anos), mas muito cara dizendo que nunca jogou com menina. Acho que o que rola é desencontro, mesmo. Sempre tem um idiota ou outro que vai falar bosta, dizer que não tem nada a ver menina jogar, mimimi. Mas isso é coisa de moleque. A maioria dos caras vai dar boas vindas a qualquer uma em sua mesa. E se não der, é cair fora, não vale à pena jogar com gente desse tipo.
Mestrar é que é meio difícil às vezes, porque (pelo menos eu) em geral não consigo botar tanta moral nos caras, quando não os conheço direito. Mas jogando com o pessoal conhecido, rola sem problemas.
Parabéns pelo post ;)
Luiza, a Metalgeisha - http://geishametalica.wordpress.com